quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Filmes no Teatro

Santidade foi minha primeira produção teatral. E até por isso, eu a acho especial em tudo. A peça foi escrita pelo saudoso José Vicente e havia sido censurada pelo general Costa e Silva em 1967 - na estréia, em 2007, comemoramos 40 anos de peça e de tropicalismo.

O teatro, foi o Oficina. Direção do grande Marcelo Drummond. O delicioso Zé Celso no elenco. O luxo de ter Herchcovitch assinando figurino e, meu querido Marcelo Comparini, a cenografia. A luz veio diretamente da Alemanha, de Irene Selka. A trilha do músico, ator, Otávio Ortega. Contamos com a participação mais que especial de Zé de Paiva.

Após recebermos o resultado do edital Myriam Muniz, montamos a peça em um mês e ficamos 4 em cartaz. A maior parte do processo foi deliciosa, principalmente por trabalhar num lugar tão rico como o Oficina, conhecendo atores e profissionais maravilhosos, como Bia Fonseca e Lucas Weglinski
.

A pequena parte do processo que não foi deliciosa? Enganei-me ao achar que produzir teatro era mais fácil do que cinema. Com certeza é muito mais barato. Mas o clima é de estréia, de primeiro dia de filmagem, em TODAS as apresentações. O “ao vivo” é bem assustador. Não deve ser fácil ficar nu quando a temperatura é de 6º. Mesmo para Zé Celso, que com toda sua energia e vitalidade fazia parecer que estavam 40º. E claro que, o que para mim era um espanto, para eles é exatamente o tesão do teatro.

2007 foi o ano das peças teatrais da Filmes de Abril. No fim do ano estreamos o monólogo “Minha mãe”, com Bia Toledo. Também ficou bastante tempo em cartaz, em vários teatros de São Paulo, tendo sido contemplado no edital Caixa Cultural 2007.

Espero nos próximos anos produzir muito mais peças como essas, com pessoas incríveis que cruzam nosso caminho e que mudam o jeito de pensarmos produção.

Como diz muito bem Zé Celso: Evoé!

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